22.8.07

Brinquedos Chauvinistas

Não estou boa hoje. Nada boa. E estou zero a fim de explicar o porque então resolvi apontar meu mau humor em outra direção e falar de outra coisa que me irrita deveras: brinquedos para meninas.

Vocês ja deram uma boa analisada numa sessão de brinquedos pra crianças? Não né? Devem estar aí com certeza achando que briguei com o marido, ou estou com TPM, ou os dois.

Então vamos lá!

Para os meninos temos:
  • Carinhos, carrões, motocas, navios, caminhões, autoramas, ferroramas, aviões e todo tipo de meio de transporte imaginável.
  • Na categoria bichos temos dragões, leões, tubarões, dinosauros, montros de toda espécie.
  • Alienígenas, soldados, heróis e armas: espadas, lasers, rifles, etc.
  • E na categoria esporte tem as bolas, freesbees, raquetes e sei lá mais o que.
Ai para as meninas temos:
  • Centenas de bonecas. Boneca que chora, ri, dorme, mama, faz birra, faz coco, xixi, troca fralda e o escambau.
  • Fora isso, tem: ferrinho de passar roupa, tanquinho de lavar roupa, rodinho, vassourinha, forninho, aspiradorzinho, liquidificadorzinho...
PUTA QUE PARIU!

Só tem chauvinista produzindo brinquedo caramba?FALA SÉRIO!

Jogos, brinquedos didáticos, bonequinhas, bichinhos ok, aspiradorzinho de pó n-e-m f-u-d-e-n-d-o. Enquanto eu tiver moral lá em casa não entra.

É claro que não serei arbitrária de jogar fora um brinquedo que a menina tenha ganho de algum desavisado, mas enquanto ela não tiver como protestar, todos os brinquedinhos de "doninha de casa" serão sem cerimônia doados para caridade. E tenho dito.

21.8.07

Melhor na frente ou atrás?

Eu sei. Tá todo mundo pensando que eu vou escrever sacanagem. Ninguém espera eu molhar o bico! O que eu quero mesmo é propor uma enquete. En-quete gente, sem trocadilho, juro que não tem sacanagem na parada.

Pior é que eu vou dar uma volta antes de chegar no assunto que quero abordar. Não, não é para fazer suspense não, é que eu sou assim mesmo, o que se há de fazer?

Eu amo andar de bicicleta. Mas cresci num lugar onde era pirambeira pra um lado e pirambeira pro outro de forma que nunca pratiquei o tanto que gostaria. Quando finalmente mudei de lá, morei muito tempo perto da Lagoa (na Gávea e no Humaitá). Comprei uma Caloi Ceci e lá fui eu feliz da vida dar minhas pedaladas. Andava com freqüência até que começou a ficar perigoso e eu de novo encostei minha bike.

Mudamos pra Botafogo. Onde o Wil cresceu era pirambeira pra um lado e pirambeira pro outro de forma que ele nunca ligou pra bicicleta. Aí eu investi numa Caloi Barra Forte pra ele (gente eu gosto dos clássicos, dá licença) e passamos a andar de Botafogo até o aeroporto nos fins de semana de verão.

Esses foram finais de semana que eu me lembro com saudade. Saíamos de casa cedo, parávamos no caminho pra tomar água de coco olhando o pão de açúcar, depois passávamos pelo Flamengo, pelo Mam, íamos até o píer parávamos mais um pouco, e na volta ainda tomávamos umas cervejinhas com churraquinho na barraca do Iramar. Como a gente consegue ser feliz com tão pouco!

Nessas ocasiões, eu voltava feliz feito pinto no lixo e pensava que não poderia haver passeio mais gostoso, mas ainda não tínhamos a Laís.

Antes de ela nascer eu já sonhava com o dia em que ela estaria grande o suficiente pra colocarmos uma cadeirinha na bicicleta pra ela nos acompanhar nos passeios. Minha florzinha já tem quase um ano e assim que rolar uma verbinha extra vou comprar os apetrechos. Esse é meu sonho de consumo da vez. Não penso em outra coisa.

A questão é: coloco a cadeirinha na parte da frente ou na parte de trás da bicicleta?

O que? Gente, não acredito que vocês leram até aqui ainda achando que eu ia falar alguma sacanagem! Que que é isso! Eu sou uma mãe de família séria, tão pensando o que?

Eu estava decidida: a cadeira ia pra bike do Wil já que eu sou estabanada-toda-vida, e na frente lógico, como é que a gente vai tomar conta da criança nas nossas costas? Na frente é muito melhor, vamos cuidando o tempo todo.

Só que aí pensei que no dia que Wil não puder ir (ele tem trabalhado muito nos fins de semana) eu e Laís ficamos a pé? Ah não! Aí quando disse isso ele retrucou: e no dia que você não puder ir, eu não ando com a Laís? Confesso que nem tinha pensado nessa questão. Mas agora já pensei e apesar de ser meio ridículo um marmanjo de Ceci ele consegue usar minha bike, mas eu não consigo usar a dele com aquele banco nas alturas! Pronto! Resolvido: neném vai andar de Ceci.

Mas aí a mãe do Heitor me enviou uma matéria de um especialista em bikes que em resumo, dizia o seguinte:

1- Nos países onde existe uma legislação séria e regras de trânsito para bicicletas é proibido levar crianças na frente. Basicamente porque desestabiliza a bike e, em caso de queda, a chance de você atropelar o pequeno é maior.

2- Apesar de largamente divulgado e defendido o uso do capacete, um estudo sério comprovava que ele mais machuca do que protege em caso de queda. Algo tipo "aumentar a força do impacto já que aumenta o peso da cabeça", um treco assim.

Bom, com estudo ou sem estudo o capacete não é negociável: vai usar e tá acabado. E quando ela já estiver falando e perguntar: - Mamãe porque eu uso capacete e você e o papai não? Eu vou dizer : - Porque a gente é cabeça dura, e você tem miolo mole! E depois vou cair na gargalhada. Aí ela também vai achar graça e encerrado o assunto.

Mas e a cadeira? Na frente ou atrás? Por favor enviem suas opiniões para essa mãe indecisa. A família penhoradamente agradece.

18.8.07

Sonhos

Logo que a gente tem um filho, começa a ter uns sonhos muito esquisitos. Parte deles são provocados acredito eu, pelo peso da responsabilidade daquele serzinho completamente indefeso e total–completa-e-absolutamente dependente de você. A outra parte é pelas horas de sono que, de repente são suprimidas das suas parcas 6 horas de sono diárias (vamos combinar que ninguém mais tem o privilégio de dormir as tais 8hs por noite).

O cansaço faz com que você misture sonho e realidade e você fica meio confuso durante um tempo. É como se a gente meio que “sonhasse acordado”. E isso não acontece só com as mães que amamentam não, os pais também passam por essa fase.

Ouvi histórias hilárias quando comentei o assunto na pracinha. O meu sonho recorrente é que esquecia de colocar a Laís no berço e adormecia com ela nos braços. Eu ficava um tempão dormindo sem me mexer com os braços cruzados na frente do corpo como se ainda a segurasse e só depois quando acordava percebia que ela estava no berço há um bom tempo. Algumas vezes quando o Wil se virava pra me abraçar eu “a segurava” com um braço e com o outro o repelia dizendo “cuidado, o bebê tá no meu colo”. Nessa hora eu acordava e dava de cara com ele me olhando atordoado. Acho que ele devia pensar “meu deus essa doida não sabe onde deixou nosso bebê”.

Aí quando contei isso, a mãe do Antônio me contou que um dia ela levantou da cama de noite e o marido estava na hora sonhando que o Antônio tava caindo da cama e segurou ela pelo short e deu o maior puxão nela de volta. Ela achou que era um arroubo de paixão e ficou muito decepcionada quando ele explicou que na verdade ele estava salvando o filho ( que dormia no berço, óbvio) da queda.

A mãe do Heitor estava ninando o marido com tapinhas no bumbum, como em geral a gente bate na fraldinha dos nenéns quando quer niná-los. Sonhando claro. Até que ele acordou e gentilmente a lembrou que ele não precisava ser ninado pra conseguir dormir.

Depois que eles crescem um pouco e a gente já consegue dormir duas horas seguidas, os sonhos vão mudando, ficam mais aspiracionais. Sonhamos que já estão engatinhando quando ainda estão no colo, depois que engatinham sonhamos que já andam, depois que andam sonhamos que já falam, e por aí vai...

17.8.07

Sacaninha

Minha filha completou 11 meses essa semana.

Excluindo o árabe que ela fala fluentemente desde os 9 meses e pratica todo dia de manhã com Rhamed (seu amigo imaginário que eu batizei com esse nome por motivos óbvios), ela já fala 5 palavras em português: neném, papai, mamã , bobó (= vovó) e pé.

Eis nosso diálogo outro dia:

- Ta ta rilibisssssdada neném!

- Isso filha, neném! Neném da ma-mãe!

- Neném!

- d-a m-a-m-ã-e!

- Neném!

Desisti momentaneamente e emendei: - Neném do papai!

E ela: - Papai! Papai!Papa...

- Ta bom! Agora fala: neném da vovó...

- Bó...

- Da vo-vó...

- Bobó!

- Isso, muito bem!! Agora: neném da mamãe!

- neném!!!!!

É ou não é uma baby saura, a sacaninha?